
Em 1981, a atriz Natalie Wood morreu afogada próximo a Ilha Catalina, costa da Califórnia. Estavam com ela no barco seu marido, o ator Robert Wagner, o também ator Christopher Walken e o cuidador do barco.
A primeira parte do documentário, feito por Natasha Gregson Wagner, filha da atriz, relembra a trajetória de Natalie Wood, com destaque para o primeiro casamento com o ator Robert Wagner. Os dois se separaram poucos anos depois e na década de 70 reataram o matrimônio. Os relatos, que incluem depoimentos de amigos como Robert Redford e Mia Farrow, de familiares, de integrantes do sistema hollywoodiano apresentam uma Natalie Wood dedicada à carreira desde os cinco anos de idade. Trechos de entrevistas da própria atriz ajudam a entender os conflitos entre os lados profissional e pessoal de Natalie Wood.
A segunda parte é dramática, pois reconstitui os incidentes que culminaram na trágica morte por afogamento. O destaque é a longa entrevista concedida por Robert Wagner à Natasha Gregson Wagner, relatando passo a passo os dias anteriores e a noite do “acidente”. O propósito da entrevistadora é claro: dirimir todas as dúvidas a respeito da morte da mãe, tentando inocentar Robert Wagner das suspeitas. O caso foi reaberto em 2011, a pedido da irmã da atriz, que sempre suspeitou de assassinato, afirmando que Natalie Wood foi asfixiada e depois jogada na água. Robert Wagner nega essa versão e Christopher Walken sempre se recusa a tocar no assunto.
Tudo indica que é um caso sem solução, portanto, o melhor de Natalie Woode – Aquilo que persiste, são as cenas de trechos de filmes nos quais a atriz trabalhou, principalmente O milagre da Rua 34, Juventude transviada, Clamor do sexo e West side story. Cenas dos filmes e depoimentos de profissionais mostram a história de uma das atrizes mais belas, talentosas e polêmicas de Hollywood que lutou contra o sistema de estúdios, se rendeu à álcool e remédios, se envolveu em inúmeros casos amorosos que alimentaram os tablóides de fofocas e sucumbiu em uma noite chuvosa, misteriosa, envolta em segredos que ninguém ousa revelar.
Natalie Wood – Aquilo que persiste (Natalie Wood: what remains behind, EUA, 2020), de Laurent Bouzereaut.