
Um homem misterioso levanta um enorme muro nos arredores de uma cidade na Alemanha. Nas redondezas, um casal de namorados desfruta de momentos idílicos, festejando a felicidade e o amor, até que o jovem desaparece. Desolada, a jovem sai em busca de seu amado e chega até o muro. Em uma cena impressionante, ela vê seu amado caminhando em direção ao muro, junto com outras pessoas. Ele para diante da jovem com olhar de uma tristeza imensa e atravessa o muro.
A morte cansada é responsável por consagrar Fritz Lang no início da década de 20, quando o cinema alemão era determinado pelo expressionismo. O roteiro foi escrito por Lang e sua esposa, Thea Von Harbou, e apresenta uma questão dolorosa: o amor é capaz de vencer a morte?
A jovem, tentando salvar seu amado, atravessa o muro e confronta a morte (o homem misterioso). A morte propõe a ela um desafio: devolve seu amado à vida caso ela consiga salvar a vida de uma pessoa que enfrenta o mesmo conflito, está apaixonada por quem vai morrer. Ela tem três chances, três narrativas paralelas são apresentadas, interpretadas pelos mesmos personagens.
O ponto forte da película são os cenários impressionantes, a direção de arte e fotografia que remetem a essa linha tênue entre o real e o imaginário (preste atenção nas cenas da jovem soprando as velas que simbolizam o apagar da vida). Destaque também para a interpretação de Bernhard Goetzke que compõe a figura da morte desiludida, apática diante de seu “trabalho”.
A morte cansada (Mude tod, der, Alemanha, 1921), de Fritz Lang. Com Lil Dagover, Bernhard Goetzke, Walter Janssen.