
A clássica história do caixeiro viajante dá origem a uma instigante narrativa. Tonico trabalha viajando pelo interior. Tem duas famílias em cidades vizinhas, duas filhas de 13 anos em cada família com o mesmo nome: Irene. Irene de Mirinha descobre o segredo do pai e começa a se relacionar com a outra Irene, sem que ela saiba.
A amizade entre as irmãs ganha o belo contorno das descobertas da adolescência. A época é indefinida mas ainda não existem os smartphones e os massacres das redes sociais. As duas Irenes vivem o cotidiano da vida do interior, em praças, coretos, cinema. O contraponto é o perigoso mundo adulto, Tonico vive no limite com suas mulheres, com as filhas. Uma virada de roteiro encaminha o filme para um final carregado de metáforas, quando as personalidades podem se confundir.
As duas irenes (Brasil, 2017), de Fabio Meira. Com Priscila Bittencourt (Irene de Mirinha), Isabela Torres (Isabela de Neuza), Marco Ricca (Tonico), Suzana Ribeiro (Mirinha), Inês Peixoto (Neusa), Teuda Bara (Madalena).