Bacurau

O cenário é uma cidadezinha no meio do sertão nordestino. O tempo, futuro indefinido. Teresa está na boleia de um caminhão ao lado do motorista. Passam por caixões jogados na estrada, caídos de outro caminhão, por uma represa abandonada, chegam à Bacurau, onde acontece o funeral da velha Carmelita. Depois do enterro, dois motoqueiros chegam à cidade e partem em seguida. A partir daí, estranhos acontecimentos assolam os moradores: a cidade desaparece do mapa, drone em forma de disco voador sobrevoa a estrada, família de colonos é encontrada assassinada. 

A sinopse demonstra as influências da película do premiado diretor Kleber Mendonça Filho (O som ao redorAquarius), dessa vez contando com a co direção de Juliano Dornelles: o clássico gênero faroeste americano aliado ao faroeste do sertão recheado de ideologias de Glauber Rocha, além de filmes de futuros distópicos ao estilo Mad Max. Quando entra em cena o grupo de caçadores humanos liderados por Michael, pode-se enxergar também referências ao Predador. Nesse ambiente caótico, acontecem confrontos violentos, colocando os pistoleiros Lunga e Michael em planos opostos. A leitura ideológica coloca também em planos opostos classes distintas, a elite voraz e sanguinária mirando a gente pobre do sertão. Resta aos oprimidos a mesma violência, todos de armas em punho, destino eterno da sociedade que vive sempre à beira da guerra civil.  

Bacurau (Brasil, 2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Com Barbara Colen, Sônia Braga, Karine Telles, Udo Kier, Silvero Pereira. 

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