
O documentário aborda a trajetória de Laéssio Rodrigues, ladrão de livros raros e gravuras valiosas do acervo de instituições públicas. A compulsão de Laéssio pela prática começa com a paixão por Carmem Miranda – para incrementar sua coleção de imagens, ele rouba fotos, artigos, revistas, tudo relacionado à cantora. Descobre a fragilidade das instituições com os acervos e passa a roubar livros raros, revendendo-os no mercado negro, acumulando dinheiro e bens materiais.
Os documentaristas partem de cartas trocadas com Laéssio na prisão. Grande parte da narração é feita pelo próprio ladrão de livros, entre os intervalos que sai do cárcere. O tom da narrativa é pessoal: Laércio reflete sobre seus atos, consequências e arrependimentos; as leituras das cartas revelam dúvidas dos diretores sobre o próprio documentário; depoimentos de arquivistas escancaram a revolta com o desaparecimentos de acervos valiosos.
Cartas para um ladrão de livros (Brasil, 2018), de Carlos Juliano Barroso e Caio Cavechini.