
Um dos primeiros filmes de Kurosawa, A mais bela foi feito como uma espécie de encomenda da produtora, como parte do esforço de guerra japonês. A trama se passa inteiramente em uma fábrica de instrumentos óticos destinados a artilharias de guerra. O ritmo de produção deve ser acelerado para suprir as necessidades do conflito e cotas de produção são estipuladas. As trabalhadoras devem cumprir a metade da cota destinada aos homens. Lideradas pela supervisoras Mizushima e Watanabe, as mulheres exigem um aumento de cota.
O filme representa uma visão feminista no japão durante a guerra, representada pela pequena rebelião das jovens trabalhadoras que não aceitam diferenças de cotas tão grandes entre elas e os homens. No entanto, resvala frequentemente para o ufanismo dos filmes do gênero, com as mulheres tentando se afirmar também como guerreiras, incluindo o sacrifício em jornadas extenuantes de trabalho. O ponto forte da narrativa é a solidariedade, o carinho, o afeto que marcam o trabalho em equipe das operárias.
A mais bela (Ichiban utsukushiku, Japão, 1944), de Akira Kurosawa. Com Takahashi Shimura, Soji Kiyokawa, Ichiro Sugai, Takako Irie.