
O americano Leopold Kessler chega a Frankfurt logo após o término de Segunda Guerra para trabalhar como condutor de uma grande empresa ferroviária. A Zentropa está nos planos dos americanos para reconstruírem o sistema de transporte alemão. No entanto, os trens são atacados por um grupo de nazistas, conhecidos como Lobisomens.
Europa fecha a trilogia de Lars von Trier de tramas ambientadas no continente, os outros são Elemento de um crime (1984) e Epidemia (1987). Kessler é um jovem idealista que sonha em ajudar na reconstrução da Alemanha. Ele se envolve com a bela e sedutora Katharina, filha do dono da Zentropa, que o envolve num perigoso jogo entre os americanos e os simpatizantes nazistas.
A enigmática narração em off guia Kessler e, consequentemente, o espectador na trama. A narração é quase um transe hipnótico, misteriosa e envolvente. A claustrofobia das cenas noturnas durante as viagens dos trens remetem a uma Europa sem rumo, reforçada pela exuberante fotografia em preto e branco, que em alguns momentos se mescla com cores (atenção para a montagem da sequência do casamento) claramente com referências do cinema noir. O filme conquistou três prêmios no Festival de Cannes, incluindo o Prêmio do Júri, e colocou Lars von Trier no foco internacional.
Europa (Dinamarca, 1991), de Lars von Trier. Com Jean-Marc Barr (Leopold Kessler), Barbara Sukowa (Katharina Hartmann), Udo Kier (Lawrence Hartmann), Jorgen Reenberg (Marx Hartmann).