
O idiota (Hakuchi, Japão, 1951), de Akira Kurosawa, faz uma releitura do clássico livro de Fiódor Dostoiévski. A trama é adaptada para o Japão pós Segunda Guerra Mundial. Kameda (Masayuki Mori) lutou na guerra e sofre de epilepsia. Sua personalidade é marcada por uma ingenuidade extrema, ele é capaz de atos de bondade e não espera nada em troca de ninguém. Para a sociedade, é quase um idiota. Kameda desperta o interesse de duas mulheres: Taeko Nasu (Setsuko Hara) e Ayako (Yoshiko Kuga).
Kurosawa ousou ao ambientar a trama em um período carregado de cinismo, corrupção moral, caos social e profundas diferenças de classes. Nesse contexto, Kameda representa a bondade em uma sociedade composta por pessoas más. A linguagem cinematográfica de O idiota é demarca por planos lento e uma fotografia que expressa a melancolia, tristeza e desilusão da sociedade japonesa após a tragédia da guerra.