
Dias de ira (Vredens dag, Dinamarca, 1943), de Carl Dreyer.
Em uma vila dinamarquesa no início de 1600, a jovem Anne (Lisbeth Movin) é casada com o idoso pastor Absalon (Thorkild Roose). Um passado atormenta a relação do casal: a mãe de Anne foi considerada bruxa, mas o caso foi encoberto por Absalon, assim ele poderia desposar a jovem. O filho de Absalon retorna a casa e se apaixona por Anne, dando início a um ousado e perigoso romance.
Os horrores da inquisição rondam a Europa e Marte (Sigrid Neiiendam), uma idosa, é acusada de bruxaria, torturada e condenada à morte no fogueira. Marte, conhecedora do passado, ameaça Absalon: se o pastor não a salvar da morte, o clero será informado do acobertamento.
Dias de ira foi responsável pelo exílio do diretor Carl Dreyer. O filme foi produzido e exibido durante a ocupação nazista na Dinamarca, que aderiu ao regime de Hitler pacificamente. A sequência da tortura de Marte, acompanhada com um sádico interesse pelos clérigos é um dos grandes momentos de terror psicológico do cinema. A inquisição delegava aos religiosos, homens, o poder de aplicar o “dia da ira de Deus”. Os nazistas entenderam o recado do mestre Carl Theodor Dreyer.