
Delphine está a duas semanas de suas férias de verão e não consegue decidir o destino da viagem. Acabou de romper com o namorado, a amiga com quem tinha combinado as férias desistiu da viagem. Delphine então, indecisa, empreende uma série de estadias curtas, entre o campo, as montanhas e as praias.
O raio verde faz parte da série Comédias e Provérbios de Éric Rohmer, anunciado logo no início da narrativa: “Que chegue o tempo quando os corações estão apaixonados.” – Rimbaud. A peregrinação de Delphine coloca em tema a solidão, a dificuldade de se adaptar a novos relacionamentos, a necessidade de conhecer e, ao mesmo tempo, o receio de se entregar a esse conhecer, com todo o despojamento que isso exige.
O título do filme remete ao último raio de sol poente, quando um possível raio verde toma conta dos corações. Delphine descobre sobre isso ao ouvir, casualmente, um grupo de intelectuais conversando sobre o livro que Júlio Verne escreveu sobre o fenômeno. O final do filme, bem, é desses finais que evocam a magia do olhar, assim como o cinema de Rohmer, repleto de descobertas.
O raio verde(Le rayon vert, França, 1986), de Éric Rohmer. Com Marie Rivère (Delphine), María Luisa Garcia (Manuella), Vincent Gauthier (Jacques).