A estrada perdida

A estrada perdida (Lost highway, EUA, 1997), de David Lynch, começa como um tradicional filme de suspense. Fred Madison (Bill Pullman é um saxofonista de jazz que vive em Los Angeles com sua esposa Renee (Patricia Arquette). O casal começa a receber fitas de vídeo com imagens do exterior e do interior da casa onde moram, uma demonstração clara de que estão sendo vigiados. A polícia é acionada, mas nada se descobre. Quando Fred imagina que sua esposa pode estar em um caso extraconjugal, relacionado às fitas, a narrativa envereda por um thriller violento e surrealista, bem ao estilo David Lynch, 

A película pode ser dividida em duas histórias, ambas com as características do cinema noir, incluindo as femme fatalles, e trocas de idenditades surrealistas, algo como as narrativas distópicas cujos universos paralelos trocam de posições. 

A frase de David Lynch “os sonhos não têm lógica, mas nós os entendemos” se adapta às complexas personalidade de Fred/Pete. Medos e desejos reprimidos, sonhos em múltiplas visualizações, mistérios insondáveis da natureza humana, a narrativa e a estética da trama desconexa exigem do espectador uma imersão sensorial em todos esses devaneios lynchianos. 

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