
O gato preto (Japão, 1968), de Kaneto Shindô. Com Kichiemon Nakamura (Gintoki), Nobuko Otowa (Yone), Kei Satô (Raiko).
O início do filme é desolador. Um grupo de samurais famintos (o Japão está afundado em uma guerra civil), entra em uma cabana onde duas mulheres, a jovem Gintoki e sua sogra Yone, comem. Eles roubam a comida das mulheres, praticam um estupro coletivo e colocam fogo na cabana. É uma cruel sequência de estupro e assassinato, traduzindo esse Japão sem lei, que permitia poder total aos guerreiros
As duas mulheres renascem misteriosamente, encarnadas em um gato preto. Fizeram um pacto para voltar à vida e passam a seduzir e matar os samurais que cruzarem o caminho de um bambuzal. No entanto, elas vão se confrontar com um samurai inesperado: Raiko, o filho de Yone e marido de Gintoki que retorna da guerra como heroi.
O gato preto começa como um assustador e simbólico conto de fantasmas. As protagonistas buscam vingança não apenas contra os samurais, mas contra a sociedade patriarcal que marcou a história do Japão, história de sádica exploração feminina. Quando Raiko entra em cena, começa uma sensível e erótica história de amor, com belíssimas cenas de sexo. O desejo masculino e feminino se encontram em plenitude, levando Gintoki a um perigoso jogo entre o seu amor e o pacto que fez.