Grand tour

Grand tour (Portugal, 2025), de Miguel Gomes.

Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do Império Britânico, empreende uma jornada de fuga pela Birmânia, em 1917. Às vésperas de se casar com Molly (Crista Alfaiate), sua noiva há sete anos, Edward deixa a Inglaterra sem explicações.

A narrativa se desenvolve em dois pontos de vista. A primeira parte concentra-se na jornada de Edward, sem rumo, fugindo de seu destino. A segunda parte adota o ponto de vista de Molly, que persegue seu noivo, chegando sempre um ou dois dias atrasada na cidade onde ele esteve.

Miguel Gomes venceu o prêmio de Melhor Direção em Cannes por este filme. A narrativa fragmente alterna o passado do início do século XX, com imagens em preto e branco, e cenas contemporâneas em cores. A narração em off, feita por pessoas das localidades por onde os protagonistas transitam, confunde o espectador sobre o tempo, pois aparentemente são pessoas contemporâneas contando a história desse amor em fuga. A mescla de idiomas permeia a narrativa: português, francês, inglês, as narrações nas línguas nativas. Esteticamente deslumbrante, Grand Tour é um poema de liberdade e amor. 

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