O dia que te conheci

O dia que te conheci (Brasil, 2023).

A narrativa do sensível filme de André Novais Oliveira, da produtora Filmes de Plástico, se passa em pouco mais de 24 horas. Zeca (Renato Novaes) tem dificuldades para acordar devido aos medicamentos contra depressão que faz uso. Chega atrasado mais uma vez no trabalho, ele é bibliotecário de uma escola em Betim. Luísa (Grace Passô) é incumbida de informar ao funcionário que ele está demitido. No fim do dia, Luísa oferece carona a Zeca, pois tem um compromisso em Belo Horizonte. 

A produtora Filmes de Plástico tem notoriedade no cinema independente brasileiro devido às temáticas de seus filmes e ao estilo de filmagens. As locações de O dia que te conheci são as ruas periféricas das cidades. A escola, os bares, os ambientes comerciais, a moradia de Zeca, representam a vida comum das pessoas que lutam no dia a dia pela sobrevivência.

Entre a demissão e uma noite de sexo, o terno encontro entre Zeca e Luisa se desenvolve de forma simples, com direito aos chamados “tempos mortos” (expressão cunhada pelos cineastas clássicos americanos para cortar cenas que não movem a narrativa em termos de conflitos): a longa conversa entre o casal no carro, a caminhada em quase silêncio pelas ruas ao anoitecer, o enquadramento final da padaria em uma esquina do bairro. Lindos, esses “tempos mortos”.

Deixe um comentário