Corrida sem fim

Monte Hellman era um promissor diretor da nascente Nova Hollywood quando realizou Corrida sem fim (1971), filme simbólico de uma geração  que adotou a rebeldia como estilo de vida. Dois jovens, o motorista e o mecânico, percorrem as estradas com um Chevy 55 turbinado, se envolvendo em disputas automobilísticas valendo dinheiro. Dão carona a uma garota também sem rumo. O caminho dos três se cruza nas estradas com o solitário G.T.O. que inventa histórias para seus caroneiros. O motorista e G.T.O. apostam seus próprios carros em uma longa corrida até Washington. 

Como visto, os personagens não têm nome, são representados pelas suas próprias máquinas. As disputas automobilísticas não são o centro da trama, algumas nem mesmo são mostradas. O que interessa a Monte Hellman são os complexos personagens, silenciosos, cujos olhares e ouvidos se dedicam às estradas e aos carros, com a solidariedade entre os competidores se destacando nas corridas. Corrida sem fim, assim como seu famoso predecessor, Easy rider (1969), simboliza essa geração que encontrou nas máquinas um rebelde instrumento de liberdade. 

Corrida sem fim (Two-Lane Blacktop, EUA, 1971), de Monte Hellman. Com James Taylor (O motorista), Warren Oates (G.T.O.), Laurie Bird (A garota), Dennis Wilson (O mecânico).  

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