Crimes do futuro (1970)

Crimes do futuro (Crimes of the future, Canadá, 1970), de David Cronenberg. 

A narrativa se passa em um futuro indefinido, distópico, como se determina em tantas obras de ficção contemporâneas. Adrian Tripod, narrador do filme, é um dermatologista que vive à sombra de seu mentor desaparecido, Antoine Rouge. Rouge ficou famoso por experimentos dermatológicos em mulheres, mas uma catástrofe química resultou na morte de todas as mulheres adultas. 

Em questões narrativas e estéticas, a película é uma experimentação minimalista, com imagens fragmentadas e diálogos pontuais. Os ambientes claros, longos, vazios, provocam a imaginação do espectador, bem ao estllo do provocativo diretor canandense. 

Com apenas 60 minutos de duração, Crimes do futuro antecipa muito da obra de Cronenberg, tratando de temas recorrentes em sua filmografia: a mutação física e repulsiva do corpo humano, associada às perversões sexuais. Basta citar Videodrome – A síndrome do vídeo (1983), A mosca (1986), Crash – Estranhos prazeres (1996) e a refilmagem Crimes do futuro (2022).