
O cenário é uma mansão no campo, propriedade de Helge, que organiza uma festa para celebrar seu 60° aniversário. Os principais convidados são os três filhos do casal: Christian, Michael e Helene. Completam a celebração, familiares vindos de todas as partes da Dinamarca. Durante um almoço na imensa mesa, repleta dos convidados, o filho mais velho faz uma revelação bombástica que vai abalar as relações familiares.
Festa de família é o primeiro filme lançado sob o manifesto Dogma 95, liderado pelos cineastas dinamarqueses Thomas Vinterberg e Lars von Trier. O movimento, uma espécie de repúdio à manipulação, favorecida pelas tecnologias digitais, determinava práticas como: filmagens em locações, câmeras na mão, som direto, não utilização de efeitos especiais, ausência de trilha sonora a não ser que fizesse parte do ambiente.
“Filmado com as menores e mais leves câmeras de vídeo então disponíveis, Festa de família é a crônica de batalhas familiares amargas e violentas que se desenrolam em uma casa de campo na qual o aniversário de 60 anos do patriarca está sendo comemorado pouco tempo após a irmã gêmea do filho mais velho ter cometido suicídio. As formas extremas de comportamento agressivo que emergem desde o início e o estilo dos cortes rápidos e crus de Vinterberg disfarçam o fato de que este filme é, na verdade, uma peça bem escrita, desempenhada e dirigida de psicodrama em vez do experimento revolucionário que dizia ser. Mas a incrível força dramática originária do desvelamento gradual de segredos de família eventual e justificadamente acaba nos envolvendo.”
Festa de família (Dinamarca, 1998), de Thomas Vinterberg. Com Ulrich Thomsen, Henning Moritzen, Thomas Bo Larsen, Paprika Steen, Birthe Neumann.
Referência: 1001 filmes para ver antes de morrer. Steven Jay Schneider. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

