Hiroshima

Hiroshima (Japão, 1953), de Hideo Sekigawa. Com Isuzu Yamada, Eiji Okada, Yumeji Tsukioka, Yoshi Katô. 

Estudantes em uma sala de aula, em Hiroshima, escutam uma gravação radiofônica: “Às 2h45 do dia 6 de agosto de 1945, três B-29 decolaram da ilha de Tinian. Uma bomba atômica prestes a explodir sobre os humanos pela primeira vez estava pendurada ameaçadoramente no compartimento de bombas do Enola Gay. A bomba carregava autógrafos e mensagens de zombaria ao imperador japonês…” Em determinado momento da narrativa, uma jovem pede em desespero que o professor desligue o aparelho. Ela desmaia na cadeira, do seu nariz escorre sangue. Ela é internada e diagnosticada com leucemia, uma das graves consequências da radiação da bomba que explodiu em Hiroshima. 

O clássico filme de Hideo Sekigawa esteve esquecido por décadas. Financiado por uma instituição de professores do Japão, Hiroshima foi considerada um afronto aos Estados Unidos pelo próprio governo japonês e, praticamente, não foi destruído nos cinemas. 

A narrativa pós-guerra dos efeitos da bomba, centrada no grupo de alunos que ajuda na reconstrução, se alterna com impressionantes cenas logo após a explosão da bomba. Foram usados 90.000 figurantes que tentam sobreviver em meios aos escombros. O estilo documental das filmagens espelha o realismo daquele dia, quando a cidade se transformou no verdadeiro inferno. Inferno provocado pelos humanos, pelos americanos.