Ankur

Surya é um jovem rico e idealista que se diverte com os amigos nas ruas da cidade. Ele quer estudar artes, mas é confrontado pelo pai, que não admite esta escolha e o envia para tomar conta das propriedades rurais da família no interior da Índia. Surya, seguindo as tradições indianas, já está casado com uma jovem de sua casta, mas, durante a estada na fazenda, seduz e possui a jovem Laxmi, empregada da casa. 

A transformação de Surya é aterradora, passo a passo se revela um jovem intransigente e cruel com os empregados e com a própria família. A sequência final, entre açoites, desespero e olhares passivos, demonstra como tradições seculares foram criadas para preservar o domínio de uma classe abastada, cruel, às vezes sanguinária. 

Ankur (Índia, 1974), de Shyam Benegal. Com Shabana Azmi (Laxmi), Anant Nag (Surya), Mirza Qadirali Bai (Pai de Surya). 

Amor à tarde

É o último filme da série “Seis Contos Morais”. Fréderic vive um casamento feliz com Hélène, que está grávida do segundo filho. Moram na periferia de Paris, mas narração em off do protagonista revela sua predileção pelo centro da cidade, onde trabalha em meio à confusão de pessoas e trânsito. Um dia, Chloe, antiga amizade de Fréderic, entra em seu escritório. Começa, entre os dois, um jogo de flertes, encontros, insinuações sedutoras e erotismo declarado. 

O filme aborda o cotidiano de pessoas da classe média parisiense que vivem entre os afazeres domésticos, o trabalho, os estudos (segundo Chloe, Fréderic é um burguês que finge amar a mulher enquanto seduz outras mulheres em suas andanças pela cidade). Preste atenção na divertida sequência na qual Fréderic, imaginando estar enfeitiçado por um medalhão, aborda diretamente várias mulheres na rua. Mas o destaque de Amor à tarde é a sedutora presença de Zouzou (Chloe) que provoca o espectador sem pudor cada vez que aparece em cena. 

Amor à tarde (L’Amour, L’Après, França, 1972), de Éric Rohmer. Com Zouzou (Chloe), Bernard Verley (Fréderic), Françoise Verley (Hélène), Daniel Ceccaldi (Gérard).