
Lettering avisa, na abertura, que a trama é inspirada em fatos reais. Logo após, uma série de imagens em planos fechados apresentam ao público vinte personagens, dançarinos, que vão se reunir em um internato no meio da floresta gelada, para um ensaio de três dias.
Corta para o galpão onde acontecem os ensaios. Após um dos ensaios, acontece uma festa regada a bebidas e drogas. Passo a passo, os dançarinos se comportam de forma alucinada, agressiva, cada um revelando desejos e instintos incontroláveis. Aparentemente, alguém colocou um tipo de droga na bebida servida na festa.
O polêmico e ousado diretor Gaspar Noé usa desse ato comum, no Brasil conhecido como “Boa noite Cinderela”, para compor um retrato insano, agressivo, erótico, quase repulsivo, desse grupo de jovens enclausurados. A montagem do filme usa de tomadas longas, planos-sequências, travellings desordenados.
Em Clímax, Gaspar Noé não precisou recorrer a um dos seus elementos fílmicos favoritos: filmagem de cenas de sexo explícitas. A insanidade que toma conta dos dançarinos e a própria insanidade da linguagem bastam para provocar o espectador.
Climax (França, 2018), de Gaspar Noé.
