
O mafioso (Mafioso, Itália, 1962), de Alberto Lattuada.
Nino Badalamenti (Alberto Sordi), um funcionário exemplar de uma fábrica em Milão, é casado com Marta Badalamenti (Norma Bengell). O casal tem duas filhas e, durante as férias, todos embarcam para conhecer a adorada terra natal de Nino: a Sicília. O entusiasmo de Nino apresentando para a família as paisagens, o mar, as ruelas da cidade e os campos que percorreu quando criança é contagiante.
O tom de comédia da primeira parte do filme é determinado pelas relações de Nino com sua família, formada pelos pais, irmã, tios, primos, primas; a autêntica e extravagante família siciliana. A princípio, a sensação de estranheza entre Marta, uma moderna jovem do norte, e a tradicional sociedade do sul, é recíproca. Tudo vai bem, apesar dos pequenos conflitos, até que Don Vincenzo (Ugo Attanasio), o mafioso do título, entra em cena e transforma o idílio de Nino em um pesadelo.
O diretor Alberto Lattuada, um dos ícones do neorrealismo italiano, começa o filme como uma tradicional commedia all’italiana e termina como um thriller de gangsters. Quando Nino é incumbido de uma missão misteriosa, o tom sombrio toma conta da narrativa, terminando em uma impensável ação praticada pelo pacato operário. A sequência dentro da barbearia em Nova York é um prenúncio da espetacular ação de Michael Corleone (O poderoso chefão, 1972) no restaurante.
