
Muito se diz sobre as semelhanças entre Solaris e 2001 – Uma odisseia no espaço (1969), de Stanley Kubrick. Os dois filmes exigem a entrega contemplativa do espectador; trabalham com intrincadas reflexões psicológicas, envolvendo a busca por entender o mistério da vida; têm passagens abertamente surrealistas, como longas viagens metafísicas; os finais são abertos, incompreensíveis, porém plenos de significados. Enfim, são dois clássicos da ficção científica, do cinema.
Solares é baseado em um romance de Stanislaw Lem, escritor polonês, publicado em 1961. Tarkovski adaptou livremente a obra, incluindo sequências inexistentes no romance, como no início. Em uma bela casa de campo, o psicólogo Kris Kelvin tem uma longa conversa com o piloto Berton, sobre a estação espacial soviética do planeta Solaris. Mortes misteriosas acontecem a bordo, a missão de Kris é ajudar a tripulação.
Corta para Solaris, Kris encontra mais um membro da tripulação morto e os dois restantes com sérias perturbações psicológicas. Para surpresa do psicólogo, ele encontra também sua falecida esposa Hari, que passa a mover Kris rumo ao seu passado, suas memórias e desejos mais ocultos.
“Entretanto, essa convidada não é apenas manifestação física. Possui inteligência, ego, memória e ausência de lembranças. Não sabe que a Hari original se suicidou. Questiona Kelvin, quer saber mais a respeito de si mesma, acaba deprimida ao perceber que não pode ser quem parece. Até certo ponto seu ser é limitado ao que Kelvin sabe a seu respeito, uma vez que Solaris não pode saber mais do que Kelvin; este tema fica mais claro na refilmagem de 2002, de Steven Soderbergh e George Clooney.” – Roger Ebert.
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