
“Era uma vez, havia um velho emir chamado Azurkherlaini. Ele era um homem devoto. Um dia, ele foi tomado pelo medo. Ele começou a rezar: “Senhor, por que o medo agora? Sei que estou pronto para morrer.” Naquela noite, Deus falou com ele em um sonho. ‘Deve encontrar Maoul Hayat.’ ‘Maoul Hayat’, Ele disse, é a água da vida eterna.”
Esse trecho do documentário de Jessica Beshir expõe o misticismo associado ao khat, uma folha estimulante, cultivada e comercializada pelos etíopes. As imagens poéticas transitam pelas inebriantes paisagens rurais do país, centros urbanos, feiras, onde os coletores e comerciantes se esmeram no trato com a planta. Os jovens dominam grande parte da narrativa, expondo seus sonhos e desejos de prosperidade, alguns de deixar o país, enquanto se entregam à inebriante atmosfera provocada pelas promessas das folhas nascidas da terra e das lendas.
Faya Dayi (Etiópia, 2021), de Jessica Beshir.






